CULTIVO E ADUBAÇÃO DE ABOBORAS
Introdução
No Brasil, o termo abóboras designa plantas do gênero Cucurbita, que recebem em cada região do país diferentes nomes. Sua importância relaciona-se principalmente ao valor alimentício e à versatilidade culinária dos seus frutos. As sementes de abóboras são consideradas suplementos protéicos e são muito apreciadas em algumas regiões.
Tipos de Solo e Preparo
Solos profundos, friáveis, bem estruturados, que ocorrem em áreas de relevo plano a suavemente ondulado e com facilidade de água para irrigação. As áreas de solos aluviais, com boa drenagem e não sujeitas a inundação são muito recomendadas
A maioria dos solos serve para o cultivo das abóboras, se devidamente preparados. Para terrenos novos recomenda-se uma aração a 20 cm de profundidade nas baixadas e 25 cm de profundidade nas encostas. Em terrenos já cultivados e que não precisam de calagem, a aração pode ser feita por ocasião do plantio. É preciso compreender como manejar a fertilidade do solo e usar da forma mais vantajosa os corretivos e fertilizantes para se conseguir o retorno econômico esperado. Por isso é recomendado fazer a análise de solo. Como regra, basta coletar 20 subamostras simples por gleba a uma profundidade de 20cm, que sejam representativas da área a ser cultivada. As subamostras são coletadas procedendo-se a um caminhamento em ziguezague, terminando com a mistura de todas elas, que contituirá uma amostra composta. Esta deve ser enviada imediatamente a um laboratório de análise credenciado, devidamente identificada
Espaçamentos:
® Para abóboras de crescimento rasteiro:
Tardias: 5 x 5m
Precoces: 2 x 2m
Geral: de 2,0 a 3,0m x 2,50m.
® Para abóboras de hábito de crescimento tipo moita: 1,00 a 1,20 m entre fileiras
x 0,50 a 0,70m entre plantas
® Para abóboras de hábito de crescimento meia-rama: 1,00 a 1,50 m entre fileiras
x 1,00 m entre plantas
ADUBAÇÃO
Recomendação de adubação para abóbora pela Cooperativa Agrícola de Cotia.
RECOMENDAÇÕES
adubação/plantio
adub/cobertura
cultura
cultivares
adubação organica
lt/cova
quantidade
ton/ha
formula
quantidade
ton/ha
formula
abobora
menina brasileira
4-5
1,0-2,0
4-15-8 ou
4-12-8 +B
0,3-0,5
12-5-12
abobora e moranga
exposição
3-4
1,0-1,5
5-15-6 ou 4-12-8 + B
0,2-0,3
12-5-12
Abóbora seca
Mini-Paulista e Goianinha
3 - 4
1,0-1,5
4-15-6 ou 4-12-8 + B
0,4-0,5
12-5-12
Abóbora amarela
Goldfinger
4 - 5
2,0-3,0
4-14-8 ou 4-12-8 + B
0,4-0,5
12-5-12
Abóbora italiana
Caserta
4 - 5
2,0-3,0
4-14-8 ou 4-12-8 + B
0,4-0,5
Sulfato de amônio
Abóbora japonesa
Hibrido Tetsukabuto
4 - 5
2,0-3,0
4-15-6 ou 4-12-8 + B
0,4-0,5
12-5-12
A melhor recomendação de adubação deve ser feita por um engenheiro agrônomo, com base na análise de solo. Em caso de indisponibilidade desta informação, as seguintes orientações gerais podem ser tomadas como base:
Cultivares de abóboras no mercado brasileiro:
CARACTERISTICAS
CULTIVAR
ESPÉCIE
CARACTERISTICAS DO FRUTO
HABITO DE CRESCIMENTO
TIPO
CASERTA C. pepo
cilíndrico
moita
abobrinha
MENINA BRASILEIRA
C. moschata
comprido com pescoço
rasteiro
abobrinha
MINI-PAULISTA
C. moschata
frutos rajados, pequenos, com pescoço
rasteiro
abóbora comum
EXPOSIÇÃO C. máxima
Alaranjado, achatado c/ gomos
rasteiro
moranga
GOIANINHA C. máxima
frutos rajados, pequenos, com pescoço
rasteiro
abóbora comum
TETSUKABUTO
C. máxima
frutos arredondados, cor verde escura; necessita de polinizador
rasteiro
moranga
SAMANTHAF1
POLIANAF1
C. maxima
frutos arredondados, cor verde escura, lisos; híbrido intra-específico fértil, não necessita de polinizador
meia-rama
moranga
adubação orgânica com esterco de curral curtido
Calagem : Elevar a saturação por bases para 70% com aplicação de calcário.
Início da colheita:
® 45 - 50 dias após a semeadura para a abobrinha de moita do tipo Caserta;
® 60 - 70 dias após a semeadura para a abobrinha Menina Brasileira;
® Abóboras secas ou morangas:
-Híbrida Tetsukabuto: 3 - 4 meses após a semeadura;
-Abóboras e morangas comuns: 4 - 5 meses após a semeadura.
Abobrinha cresce em caramanchão de uva
Produtores de uva de São Miguel Arcanjo, na região de Sorocaba (SP), encontraram uma forma de aproveitar os caramanchões que sustentam as parreiras para obter renda extra na entressafra. Enquanto as videiras perdem as folhas e "descansam" na época de dormência, que coincide com o inverno, as estruturas são aproveitadas para produzir abobrinhas. A técnica, usada por 10% dos mil produtores de uva do município, é uma boa saída para melhorar a renda dos produtores, segundo o agrônomo Marcos Mendes, da Casa da Agricultura local. "Como a uva só dá dinheiro uma vez por ano, é uma forma de o produtor amenizar custos com a cultura."
- A abóbora da variedade menina brasileira, colhida verde, vai muito bem nos caramanchões das videiras. Como seu ciclo é rápido, possibilita a produção sem interferir no ciclo da uva, cujas plantas ficam em estado de dormência vegetativa entre maio e agosto. As abobrinhas ficam penduradas no caramanchão e, sem contato com a terra, adquirem cor uniforme. Também pode ser cultivada, no chão, outra variedade de ciclo mais rápido: a abobrinha de 40 dias. "Adubos e insumos usados nessas culturas servem também para a uva", diz. O cuidado a ser tomado, segundo o agrônomo, é com as infestações de míldio e oídio, pragas que atacam as aboboreiras e são transmissíveis às videiras. "É preciso estar atento e fazer a pulverização adequada."
- Cultivo "aéreo" - O viticultor Airton Rios da Silva plantou 700 pés de abóbora sob o caramanchão que sustenta 900 pés de uvas niágara. Ele fez a condução das plantas com estacas e, em 60 dias, começou a colher. O que se vê, agora, são as abobrinhas "aéreas", penduradas no parreiral. As videiras foram atingidas pelo granizo no fim do ano passado e terão de sofrer uma poda drástica para voltar à produção normal. "Eu ia perder pelo menos um ano de produção e ficar com essa estrutura toda ociosa", diz. "Com a abobrinha, estou livrando o prejuízo." Os pés de abóbora produzem durante 120 dias.
- Limpas e bonitas - As abobrinhas, sem contato com o solo, ficam limpas e bonitas. O ataque de pragas e insetos também é menor e, conseqüentemente, a produção é 25% maior do que no chão. "As plantas aproveitam o solo bem tratado dos parreirais", conta Silva, que no meio do mês de abril vendia a caixa de 22 quilos por R$ 18,00. O preço bom entusiasmou outro produtor, Gilmar Nunes de Souza, até então acostumado a cultivar abóboras da forma convencional, com os pés espalhando-se pelo solo. "Estou tentando arrendar os caramanchões de produtores que pararam com a uva para cultivar a abobrinha", diz.
- Saiba ainda Mais:
- Abóboras 100% nacionais com sementes brasileirasO próximo ano deverá ficar marcado pelo início da “nacionalização” da safra de abóboras brasileiras. Atualmente, a produção gira em torno de 300 mil toneladas/ano da hortaliça. Para tanto, o Brasil importa anualmente cerca de 10 toneladas de sementes de abóbora, ou seja, 100% do insumo.Segundo estimativa do pesquisador da Embrapa, José Flávio Lopes, a próxima safra de abóboras deverá ser semeada com um porcentual de 5% a 10% de sementes nacionais.Uma das principais vantagens da nacionalização das sementes é a redução de custos para os produtores. A semente nacional deverá custar até 50% menos que a importada, cotada entre R$ 500 e R$ 600 o quilo.Segundo o pesquisador, com os preços mais baixos a área plantada poderá aumentar nos próximos anos.O Brasil possui cerca de 20 mil hectares destinados à plantação de abóboras, sendo que 70% estão concentrados em Minas Gerais.HalloweenAlém de fazer parte da culinária brasileira na forma de doces ou mesmo como acompanhamento de pratos salgados, o consumo de abóbora no País vem crescendo graças à comemoração do Dia das Buxas. Importada dos Estados Unidos, a festa conhecida por lá como Halloween vem se popularizando por meio da divulgação feita pelas escolas de idiomas.Os organizadores das festas temáticas utilizam as abóboras como objeto decorativo.Eles retiram toda a polpa da leguminosa, que geralmente é usada na preparação de doces, e acendem velas em seu interior.Com isso, as vendas do produto destinadas à comemoração do Dia das Bruxas, no dia 31 de outubro, aumentam mais de 40% em relação a setembro.Embora o maior volume de vendas do ano não ocorra em outubro (sendo março o mês campeão), no ano passado a comercialização de abóboras aumentou 44,5% em relação a setembro, na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp).Em outubro de 2001, foram vendidas, no Ceagesp, cerca de 283,5 mil toneladas de abóboras, contra um volume de 196,1 mil toneladas em setembro.No ano passado, o Ceagesp comercializou mais de 5 milhões de toneladas de abóboras, ao preço médio de R$ 0,35 o quilo.Até agosto deste ano, já foram vendidas no entreposto paulista cerca de 3,3 mil toneladas do produto, comercializadas, em média, por R$ 0,30 o quilo.O legume, de alto valor nutritivo, contém caroteno, elemento recomendado por nutricionistas para fortalecer a visão. A abóbora também é rica em vitaminas e sais minerais.Veja outros Artigos:Posseiro aposta no cultivo de abóborasUma área de dois hectares de um dos mais freqüentados pontos turísticos do município, Passos(MG), a Ilha do Zé Nelson, está sendo usada pela primeira vez para o plantio de um tipo de cultura rara em toda região: a de abóbora. Como a produção vai superar as expectativas, o posseiro do local já pensa em investir para valer no negócio que lhe poderá render bons lucros no futuro.
Sem nenhuma orientação profissional e usando métodos comuns no plantio de lavouras, José Nelson dos Santos, 45, deve começar nos próximos dias a colheita de aproximadamente 20 toneladas de moranga vermelha e, no máximo em um mês, 10 toneladas de abóbora cabochá. O destino de boa parte da produção deve ser a indústria de doce, e o restante vai para o comércio atacadista de hortifruti. O peso das morangas varia de três a oito quilos, enquanto que a abóbora não passa de três.O lavrador não esconde a alegria de ser o pioneiro do município na produção de abóboras em grande quantidade, apesar de não ter recebido orientação de um técnico ou agrônomo. ''Fiz quase tudo sozinho, ou melhor, antes de preparar a terra, troquei idéias com um funcionário da Emater aqui no Glória e visitei uma pequena lavoura perto de Ribeirão Preto. E foi só'', disse.Para diminuir a acidez do solo, José Nelson revelou que no final de 2001 aplicou 15 toneladas de calcário nos dois hectares para mais um plantio de arroz - cultura mais comum na ilha há anos. No início da segunda quinzena de maio deste ano foram abertas cinco mil covas onde estão 3.800 pés de moranga e 1.200 de cabochá. O espaço de tempo no plantio de uma espécie para outra é de 20 dias.Como o terreno é impróprio para o uso do sistema de irrigação convencional, José Nelson foi obrigado a colocar no chassi de caminhão velho um tanque de 15 mil litros. Ambos são puxados pelo trator, que também coloca em funcionamento uma bomba, cuja função é jogar água em toda a lavoura três vezes por semana.Satisfeito com o bom resultado da experiência e da safra, José Nelson disse que vai estudar a possibilidade de continuar o cultivo das abóboras. ''Preciso analisar o resultado dessa primeira experiência. Se for positivo, será preciso fazer algumas mudanças para o plantio daqui para frente. Vou jogar mais calcário direto nas covas para melhorar a qualidade e instalar o sistema de irrigação através do gotejamento em cada pé da aboboreira, porque ela não gosta de muita água na rama'', explicou.José Nelson disse que assim que terminar a colheita das abóboras pretende plantar milho de pipoca. ''É outra cultura que não dá muito trabalho e sua produção é de fácil comercialização. Será uma maneira de preparar a terra para outra lavoura de abóboras'', ressaltou.Sobre o gasto com a nova experiência, José Nelson disse que não tem a mínima idéia. Ele revelou que comprou R$ 900,00 em sementes, quatro sacos de adubo químico e a mesma quantidade de sulfato de amônia. ''Sem contar as despesas com óleo diesel e mão de obra. Quanto ao lucro ainda não fiz as contar porque tenho que saber o valor do quilo'', acrescentou. Para a preparação da terra e o seu cultivo, o lavrador contou com a ajuda de um dos dois filhos menores, principalmente nos finais de semana e período de férias escolar, e da esposa.Para tomar a decisão de trocar a cultura, José Nelson revelou que foi incentivado por um comerciante de hortifruti que mora em Ribeirão Preto e hoje é seu amigo. Ele revelou que em sua primeira visita à ilha, ano passado, o turista sugeriu que fosse plantado abóboras no lugar do arroz porque teria mais lucro. ''Ai eu logo perguntei: e quem vai me comprar a produção? Ele me respondeu. Leva que eu compro tudo'', contou.Mas foi somente no início de 2002 que o lavrador resolver atender a sugestão do amigo. Para obter algumas informações sobre o plantio, ele foi ver de perto uma pequena lavoura de agricultor em Ribeirão Preto e veio com a idéia amadurecida ''Recebi alguns conselhos, tirei as conclusões do que vi e lá mesmo comprei as sementes. Depois foi só colocar em prática e deu certo'', comentou.PosseiroA Ilha do Zé Nelson possui pouco mais de 5,5 hectares de terra. Está localizada às margens do Rio Grande e a pouco mais de três quilômetros do perímetro urbano. Para chegar até ela é preciso transpor um canal de aproximadamente 50 metros de largura. A travessia é feita numa velha balsa que há muitos anos era usada para transportar veículos no Porto do Glória. Outra opção é usar qualquer outro tipo de embarcação através do rio.Abóbora gigante pode chegar a 500 quilos. A abóbora gigante, novidade no Brasil que começou este ano a ser cultivada na Fazenda Ituaú, em Salto (SP), pode chegar ao peso de 500 quilos. Por enquanto, elas têm pouco mais de 100 quilos. Oriunda de semente importada, é híbrida e tem um ciclo de 120 dias. É muito tradicional no meio rural dos Estados Unidos. “Compramos 12 sementes e semeamos no fim do inverno. É tudo ainda novo para nós e estamos em fase de teste”, conta o produtor Ciro Cury Abumussi que junto com o irmão e um sócio resolveram apostar na idéia.Cada semente custou US$ 5 e poderia produzir de oito a dez abóboras. As abóboras gigantes foram cultivadas em uma única estufa, irrigadas por gotejamento. Ao solo foi acrescido um composto orgânico da própria fazenda. Usou-se o mínimo de produtos químicos. Depois de quatro meses de espera, o primeiro resultado foi positivo: 12 abóboras com quase 100 quilos, quatro com mais de 100 e outras menores com pesos médios em torno de 50, 60 e 70 quilos. “Para chegar aos 500 quilos seria preciso deixar apenas uma abóbora, mas quisemos preservar todas as que vingaram.Os irmãos Ciro e Marcelo Cury Abumussi e o sócio Wander Bom cultivam oito variedades de abóboras e miniabóboras na propriedade. Na fazenda a produção é exclusiva de legumes diferenciados. São 100 estruturas cobertas por plástico, irrigadas por gotejamento e uma produção anual de 40 toneladas. Em 1972, eles começaram com apenas duas estufas. Hoje só de pepino são cinco variedades. De pimentão são nove cores (vermelho, laranja, creme, verde escuro, amarelo, roxo, verde limão, chocolate e preto). Doze variedades de tomate, 60 de pimentas, entre outros produtos.Ciro, Marcelo e Wander argumentam que a fazenda ainda está se estruturando e busca alternativas de comercialização das abóboras gigantes. Uma vantagem da novidade é o tempo de duração em prateleira. ''Nos Estados Unidos, depois de colhida, a abóbora dura até 8 meses'', diz Ciro Abumussi. ''Estamos estudando a viabilidade de comercialização com empresas de doces e cozinha industrial, mas ainda não sabemos qual o valor a cobrar.''Uma variedade de abóbora gigante, a Howden, começará a ser comercializada em 2003. Algumas já alcançam 5 quilos e podem chegar aos 20 quilos. Na estufa, porém, é cultivada em sistema vertical. As ramas são direcionadas a encontrar um emaranhado de rede plástica suspensa por estacas de bambu. O fruto se desenvolve longe do chão e cada pé rende até 5 abóboras. Pelo mesmo sistema é conduzida a Sweet Gold, com até 1 quilo, de miolo macio, levemente adocicado. Também a Branca e Amarela, com peso médio de 100 a 350 gramas, ambas com polpas laranja. E ainda a Cambochã, de casca verde e rugosa. O ciclo de crescimento é de 120 dias e dá para colher três no período. Todas estão cotadas a R$ 18,00 o quilo.Ainda não há receitas de preparo de pratos com abóboras gigantes ao gosto do paladar brasileiro. As menores já podem ser encontradas em alguns supermercados e em restaurantes refinados. Em casa, seu preparo se assemelha com a forma de fazer o camarão na moranga. A abóbora, de 100 a 350 gramas, pode receber recheio de risoto, carne, peixe, por exemplo.
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